13 de julho de 2008

[Trechos - Martha Medeiros]


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"Tenho juízo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!"


*

"O que eu fui ontem e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro."


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"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar."


*

"Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
Detalhes despercebidos
Amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
Pessoas no coração
Atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
Experiências que não vivi
Momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
Distraída até o bastante
Não paro por instante

Tive noites mal dormidas
Perdi pessoas muito queridas
Cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
Pensei em fugir, para não enfrentar
Sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
Amizades que não cultivei
Aqueles que eu julguei
Coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
Lembranças que fui esquecendo
Amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo."


*

"Você é...
Os brinquedos que brincou
As gírias que usava
Os segredos que guardou
Você é sua praia preferida
Você é o renascido depois do acidente que escapou
Aquele amor atordoado que viveu
A conversa séria que teve um dia com seu pai
Você é o que você lembra. Você é a saudade que sente da sua mãe
A infância que você recorda
A dor de não ter dado certo
De não ter falado na hora
A emoção de um trecho de livro
A cena de rua que lhe arrancou lágrimas
Você é o que você chora. Você é o abraço inesperado
A força dada para o amigo que precisa
A sensibilidade que grita
O carinho que permuta
Os pedaços que junta
Você é o orgasmo
A gargalhada
O beijo
Você é o que você desnuda. Você é a raiva de não ter alcançado
A impotência de não conseguir mudar
O desapontamento com o governo
O ódio que tudo isso dá. Você é o que ninguém vê."


(MARTHA MEDEIROS)

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